Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
gurgel-carro-eletrico-brasil-joão-augusto-do-amaral-gurgel-motores-empresariando-emprendedorismo-negocios-empresario-1

João Augusto do Amaral Gurgel foi um daqueles brasileiros que ousaram sonhar grande. Enquanto o mundo todo ainda via o Brasil como consumidor de tecnologia, ele acreditava que também poderíamos criá-la.

Visionário, engenheiro e empreendedor raiz, João Gurgel fundou, em 1969, a Gurgel Motores, a primeira montadora 100% nacional. Com garra, criou carros com tecnologia própria, sem depender de multinacionais ou importações.

Uma Ideia á Frente do Seu Tempo

Em 1974, Gurgel lançou o Itaipu, um carro elétrico, compacto e funcional. Isso mesmo: um veículo 100% elétrico feito no Brasil34 anos antes de Elon Musk apresentar o primeiro Tesla ao mundo.
Na época do Itaipu, Musk tinha apenas 3 anos de idade.

“Gurgel criou um carro elétrico quando o mundo ainda nem discutia mobilidade limpa.”

O Itaipu era leve, compacto e ecológico. Tinha dois lugares, autonomia modesta, e foi testado até por empresas públicas. Mas, num país sem incentivos à inovação nacional, o projeto foi ignorado, e logo engolido pelas dificuldades da época.

gurgel-carro-eletrico-brasil-joão-augusto-do-amaral-gurgel-motores-empresariando-emprendedorismo-negocios-empresario-1

Um Brasil que não Estava Pronto

O problema nunca foi falta de visão. O problema era o ambiente. Faltou apoio do governo, incentivo à indústria nacional e fomento à pesquisas.
Enquanto isso, multinacionais recebiam benefícios para importar modelos prontos.

Mesmo assim, a Gurgel:

✔️ Produziu 40 mil veículos
✔️ Criou o Plasteel, material híbrido inovador
✔️ Lançou o primeiro carro popular brasileiro (BR-800)
✔️ Exportou veículos para a Europa e América Latina
✔️ Foi pioneira em tecnologias de tração e resistência

Um Visionário que o Tempo Ainda vai Reconhecer

“Se o Brasil tivesse apoiado Gurgel como os EUA apoiaram Musk, talvez o Brasil fosse hoje referência mundial em carros elétricos.”

João não era apenas um engenheiro. Ele era símbolo de um Brasil que ousava. Um país que poderia ter liderado o mercado de carros elétricos.
Mas a falta de visão de quem podia ajudar fez com que a Gurgel fechasse as portas em 1994.

Ele faleceu em 2009, sem ver seu legado reconhecido. Mas, aqui no Empresariando, a gente acredita que histórias como a dele precisam ser contadas.

O que Faltou não foi Coragem

João Gurgel teve coragem de sobra. Desafiou o senso comum, enfrentou um mercado fechado e apostou em um futuro elétrico quando ninguém sequer cogitava isso. Foi pioneiro. Visionário. Brasileiro.

Mas o que faltou não foi coragem.
Faltou apoio, do governo, das instituições… e também do próprio povo.

Talvez fosse uma ideia grande demais para o seu tempo. Talvez o Brasil ainda não estivesse preparado para reconhecer a grandiosidade de um inventor que queria competir com multinacionais usando fibra de vidro e criatividade.

Gurgel não perdeu para a tecnologia. Perdeu para a falta de visão coletiva. Para o ceticismo. Para a ausência de incentivo em um país que costuma aplaudir seus gênios só depois que eles fazem sucesso lá fora.

Mais do que homenagem, um alerta

Hoje, lembrar da história de João Augusto do Amaral Gurgel não é só uma homenagem. É um alerta. A inovação não nasce só no Vale do Silício. Ela pode nascer aqui, em uma oficina no interior, na cabeça de alguém que não tem medo de desafios.

Que a próxima ideia revolucionária brasileira não seja silenciada pela descrença. Foi o apoio de uma nação que ainda duvida dos seus próprios gênios.

O que aprendemos com isso?

A história de Gurgel é mais do que memória. É lição. Mostra como a falta de incentivo e de confiança pode enterrar grandes ideias. Enquanto outros países investiam pesado em pesquisa, desenvolvimento e proteção à sua indústria, o Brasil deixava um visionário lutar sozinho.

Nos Estados Unidos, empresas como Tesla, Apple e até a própria indústria bélica tiveram suporte de políticas de incentivo, linhas de crédito e ambiente favorável para crescer. No Brasil, Gurgel enfrentou a burocracia, a descrença e a competição desigual contra multinacionais que recebiam incentivos para importar.

Hoje, o mundo fala em carros elétricos, em transição energética, em ESG. Tudo isso já estava no radar de Gurgel há 50 anos. O que faltou foi acreditar que um brasileiro poderia liderar essa corrida.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Histórias, ideias e ferramentas pra quem quer crescer no mundo do empreendedorismo

contatos

Copyright © 2025 Empresariando. Todos os direitos reservados.